22 de out. de 2014

Fogo de Palha e Tendência a Vícios




Uma coisa que eu sempre soube sobre mim é a minha tendência para vícios, e eu não digo vicio em drogas licitas ou ilícitas, e sim em coisas do dia-a-dia como o novo álbum da Mallu Magalhães! Se descubro que gosto de uma coisa, me foco somente nela até acabar com toda a minha energia e força de vontade, depois disso eu normalmente esqueço do que eu estava gostando e continuo a minha vida como se nada tivesse acontecido. Durante muitos anos esse comportamento foi estudado e estudado, mas o nome que ficou foi aquele usado pela minha vó, o famoso "fogo de palha". Sempre detestei esse termo. Mas na realidade foi isso que definiu praticamente toda a minha vida, mas o que eu não gostava nesse termo era o pressuposto de que eu só gostava de algo porque estava na moda ou por que alguém que eu conhecia gostava e por consequência eu acabava gostando também. E isso me irritava muito. Não sei as outras pessoas, mas eu não tenho que o costume de fazer algo simplesmente porque todo mundo ta fazendo, e se coincidiu a culpa não é minha... mas vamos deixar esse desabafo para um outro momento. 

O que acontece no "fogo de palha" no meu caso, é o interesse extremo. Um exemplo? Eu vivia falando mal das musicas da Mallu Magalhães há alguns anos, nossa como eu achava ruim... Mas certo dia, estava eu no dentista, lendo uma revista enquanto esperava para ser atendida (um dos poucos lugares onde eu realmente leio uma revista), e folheando as paginas encontrei uma entrevista com a Mallu, onde ela falava sobre as mudanças que aconteceram na vida dela e as inspirações para o novo álbum Pitanga. Gostei tanto da entrevista que a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi baixar o cd completo. Fiquei tão viciada nas musicas, que tive apagar todas as 190 musicas espremidas no meu cartão de memória de 2Gb, porque elas estavam dificultando a minha navegação entre uma musica e outra da Mallu. Fiquei por quase dois meses ouvindo apenas 12 musicas, e eu ouço musica praticamente durante o dia todo. Isso é o tipo de vicio que eu tenho, e que preciso tomar cuidado. Eu mergulho de cabeça quando sinto que gosto de algo, até ter a sensação de que já extrai tudo que podia daquele algo, e depois desapego. Exatamente como o fogo na palha, ele aparece de repente, 10 segundos depois ele está queimando exatamente tudo e depois se apaga apenas deixando o rastro de fumaça para trás. E isso acontece muito na minha vida, com livros, filmes, escrita, gravar videos, estudar, namorar. E devo dizer que depois da fumaça, demora um bom tempo pra voltar a queimar...
Mas como os últimos meses tem sido de pura descoberta, me fez pensar que talvez a solução para esse mal seja não parar, mesmo que tudo já esteja queimado e só existam cinzas, as vezes só é preciso continuar e o fogo renasce, mas não para queimar, e sim para fazer aquele calorzinho aconchegante e confortável que só se apaga se eu quiser.

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